terça-feira, 23 de maio de 2017

Nosso Brasil de cada dia


Quando a papagaiada do impeachment da Dilma iniciou, fui totalmente contra. Nem era preciso entender de política (até me chamaram de comentarista sênior de política no facebook) para sacar a furada: basta entender um pouco da alma humana. Era ÓBVIO que não se tratava de um movimento legítimo das massas buscando uma moralização na política mas uma manipulação massiva por parte de setores da sociedade e uma guerra de quadrilhas no poder. Eu até desafiei meus amigos detratores: esperemos 6 meses/1 ano e vejamos onde isso vai dar. Já deu pra ver, não?

Mas o mais interessante é que, em que pese toda minha admiração pelo Boechat, na época ele era um dos mais entusiastas defensores da lava-jato, um “patrimônio do país” que estava por fim fazendo história e que o movimento do impeachment era decorrência disso e não, nas minhas palavras, uma quadrilha no poder querendo derrubar a outra. Defendia ele que os políticos apenas estavam respondendo ao clamor das ruas. Como ele é um integrante da mídia, sempre achei que ele deixou seu amor pelo seu meio influenciar um pouco no seu julgamento, como se a mídia não fosse tão manipuladora. Enfim.

Fazia um tempo que não ouvia a Band por questões técnicas e hoje voltei a ouvir. Quando o Boechat começou sua fala matutina, fiquei surpreso ao ouvi-lo dizer que o impeachment da Dilma foi resultado de um segmento do poder que se levantou para derrubar outro. Foi basicamente o que ele disse. Nada de clamor das ruas, nada de passar o país a limpo. Nada. Tudo se reduziu, em outras palavras, ao que eu dizia desde o início: guerra de quadrilhas políticas. Não sei quando ele mudou de opinião, mas bastava ser um pouco coerente e se render às evidências que sempre estiveram claras para mim (desculpaê Boechat eheheheh).

Quanto aos meus amigos detratores, parte deles se renderá aos fatos, parte deles – eu percebo isso claramente – se manterá às suas fieis ilusões ideológicas, e parte deles voltou à letargia, esperando à próxima convocação da mídia para que coloquem a camisa da seleção e derrubem o governo.

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