segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sugestão de leitura: O queijo e os vermes


Terminei de ler o livro "O quejo e os vermes", de Carlos Ginzburg, uma sugestão de Osvaldo Luiz Ribeiro, do blog http://peroratio.blogspot.com.br/.
 

Indico a leitura e faço alguns comentários abaixo
 

1.       Vou resistir ao impulso de comentar essa fascinante história

2.       Mas não vou poupar os comentários ao posfácio de Renato Janine Ribeiro

3.       Concordo com ele quando diz que “Menocchio é um herói, ou mártir da palavra”. É impressionante sua capacidade de pensamento independente em um contexto tão desfavorável

4.       Sua coragem só poderia encontrar paralelo hoje dia em alguém que, talvez, vivesse em um contexto islâmico fundamentalista

5.       É notável nessa história, muito bem observado no posfácio, o sentimento de solidão do protagonista pela falta de interlocutores, seja por medo ou desinteresse

6.       É fascinante também o fato de que ele chega a conclusões tão interessantes, independente de terem muito sentido ou não, somente pela sua capacidade de não ter medo de pensar e questionar o mundo à sua volta, pela sua saudável curiosidade

7.       Acredito que o maior exemplo de Menocchio é justamente esse, o de não temer – usando um clichê – pensar fora da caixa

8.       Eu me identifiquei muito com ele porque, no geral – especialmente no mundo religioso (não por acaso o contexto em que se dão as agruras de Menocchio) – meu sentimento também é de isolamento e solidão pela incapacidade, até mesmo daquelas mais próximas e queridas, das pessoas de questionarem de forma livre de patrulhamentos aquilo que vemos e percebemos, em última análise, aquilo que cremos

9.       “Sua curiosidade, opiniões e destino fazem dele um desses homens para quem dizer o que pensam é tão importante que, por isso, arriscam a própria vida. Nem toda confissão é uma vitória da tortura; porque às vezes a pior tortura é ter a voz silenciada.”

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