Terminei de ler o livro "O quejo e os vermes", de
Carlos Ginzburg, uma sugestão de Osvaldo Luiz Ribeiro, do blog
http://peroratio.blogspot.com.br/.
Indico a leitura e faço alguns comentários abaixo
1.
Vou resistir ao impulso de comentar essa
fascinante história
2.
Mas não vou poupar os comentários ao posfácio de
Renato Janine Ribeiro
3.
Concordo com ele quando diz que “Menocchio é um
herói, ou mártir da palavra”. É impressionante sua capacidade de pensamento
independente em um contexto tão desfavorável
4.
Sua coragem só poderia encontrar paralelo hoje
dia em alguém que, talvez, vivesse em um contexto islâmico fundamentalista
5.
É notável nessa história, muito bem observado no
posfácio, o sentimento de solidão do protagonista pela falta de interlocutores,
seja por medo ou desinteresse
6.
É fascinante também o fato de que ele chega a
conclusões tão interessantes, independente de terem muito sentido ou não,
somente pela sua capacidade de não ter medo de pensar e questionar o mundo à
sua volta, pela sua saudável curiosidade
7.
Acredito que o maior exemplo de Menocchio é
justamente esse, o de não temer – usando um clichê – pensar fora da caixa
8.
Eu me identifiquei muito com ele porque, no
geral – especialmente no mundo religioso (não por acaso o contexto em que se
dão as agruras de Menocchio) – meu sentimento também é de isolamento e solidão pela
incapacidade, até mesmo daquelas mais próximas e queridas, das pessoas de questionarem
de forma livre de patrulhamentos aquilo que vemos e percebemos, em última
análise, aquilo que cremos
9.
“Sua curiosidade, opiniões e destino fazem dele
um desses homens para quem dizer o que pensam é tão importante que, por isso,
arriscam a própria vida. Nem toda confissão é uma vitória da tortura; porque às
vezes a pior tortura é ter a voz silenciada.”
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