sábado, 7 de setembro de 2019

Filósofo e religioso diante do avanço científico e dos costumes

(ou sobre o Brasil religioso-fundamentalista que tem dificuldade em se adaptar ao novo) Diante de uma nova descoberta científica, um novo avanço tecnológico qualquer ou ainda de costumes, o filósofo diz “Que interessante! Que desafios éticos e morais isso pode propor! Reflitamos sobre isso.” E se põe a pensar, a questionar, a investigar no saber previamente acumulado quase sempre consciente de que seus preconceitos e carga cultural terão poder de influenciar nas suas conclusões. Dessa forma o pensamento filosófico vai se expandindo. Diante de uma nova descoberta científica, um novo avanço tecnológico qualquer ou ainda de costumes, o religioso diz “Hum... que negócio estranho é esse? Deixa-me ver o que meu livro sagrado tem a dizer.” E se debruça sobre o livro religioso (ou o saber armazenado de outra forma) que foi cristalizado provavelmente há milhares de anos por pessoas que acreditavam piamente que sua divindade soprava em seus ouvidos a revelação dos segredos do universo. Tal pesquisa será influenciada por sua leitura particular decorrente de seus preconceitos e carga cultural quase sempre inconscientes para ele. Se der sorte, num exercício a la Nostradamus, ele encontrará algo no seu oráculo milenar que possa se adaptar à nova realidade e dirá, exultante: “Já estava registrado na profecia!” Se não der essa sorte, provavelmente iniciará uma nova caça às bruxas.

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