terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Espírito Carnavalesco

Fim de tarde, me aproximo da fila de carros parados no semáforo das avenidas Lauro Gomes e Atlântica, em Santo André. Observo uma garota que vem em direção ao meu carro, falando com os motoristas e passageiros que estão parados à minha frente. Com exceção de um dos veículos, todos os demais lhe dão dinheiro.

Trata-se de uma garota branca, cabelo castanho-claro, liso, preso em um coque mal feito. Aparenta ter uns 20 anos e, segundo o padrão de beleza vigente, não poderia ser chamada de feia. Não é magra, parece bem nutrida. Veste-se mal com uma roupa suja. Também segura nas mãos uma garrafinha vazia de água mineral.

Quando se aproxima de mim, o semáforo abre e só consigo lhe dizer “vou ficar lhe devendo dessa vez” pois o motorista atrás de mim começa a buzinar impacientemente para eu arrancar logo. Mas deu tempo para ouvir o que ela tinha a me dizer: “moço, estou com fome, você tem algum dinheiro?”

Vou embora impressionado com o “arrastão amigo” promovido pela garota. Minha conclusão é óbvia: nossa, e não é que o carnaval despertou o espírito natalino do pessoal?