quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Quase sobre escola sem partido

Já que o tema vem e volta...

Não vou entrar nessa bobagem de escola sem partido, mas vou dizer como eu vejo uma questão que tangencia o tema.

Há algum tempo, discutindo com alguns amigos, propus para eles a reflexão "por que será que professores de humanas geralmente são de esquerda?". Na falta de respostas, eu mesmo arrisquei uma: quando o estudioso de humanas se debruça sobre a história da humanidade, sobre os fenômenos sociais e tudo o mais, e o faz com bastante honestidade, ele chega a uma conclusão bastante simples: os mecanismos perversos que sustentam o status quo, em uma sociedade de ideologia predominantemente capitalista, e suas perversões garantem a exploração do ser humano de forma geral por um grupo bem menor e cada vez mais exclusivo à medida que esse poder de subjugar o outro aumenta. O estudioso honesto e humanitário terá uma visão bastante crítica desse processo. Porque ele foi lá e estudou a fundo esses fenômenos.

Então, nem se trata de ser comunista ou capitalista, o estudioso de humanas terá uma visão negativa disso tudo. Ocorre que a força perversa que domina o mundo, nesse sentido, é a força capitalista. A partir do momento em que o estudioso se torna um crítico desse modelo, ele automaticamente é empurrado, por meio dos rótulos, para o "comunismo".

Mas é extremamente saudável que haja essa "força ideológica" que se insurja contra a onipotência do pensamento capitalista hegemônico. Isso garante nossa decência como seres humanos, para não cairmos na ditadura do pensamento único.

Nem é preciso dizer que o "mercado" é capitalista e cada vez mais selvagem. Então já existe uma força avassaladora que consome as pessoas e é preciso fazer algum tipo de contrapeso. Natural que esse contrapeso venha do meio acadêmico porque o que move o mercado não é a dignidade, o pensamento, mas a ganância, a voracidade. Já os valores do meio acadêmico são outros.

Imaginem vocês se os capitalistas levassem de reboque o pensamento acadêmico? Não restaria mais nada. Mas isso não acontecerá porque sempre haverá seres humanos bastante críticos e sensíveis a essa realidade e que sempre proporão uma leitura alternativa, uma tentativa de equilibrar essas forças, para não sermos todos consumidos pela lógica capitalista selvagem.

Portanto, deixemos nossos professores com seu olhar crítico e perturbador da realidade (crítico e perturbador para os que estão anestesiados pela visão maniqueísta de que "capitalismo" é bom e "comunismo" é ruim). É essa capacidade de enxergar além da hegemonia que não permitirá que nos desumanizemos demais.

Por fim, escola sem partido é um projeto furado porque sempre haverá pessoas que pensam contra a corrente, que não se submetem ao pensamento hegemônico.


Viva a pluralidade de pensamento. Viva nossa capacidade de nos insurgirmos contra as ditaduras, sejam elas óbvias, sejam elas ardilosas.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Tempos modernos

Felipe: eu conheço essa música. gosto dela. qual o nome dela pra eu colocar no meu spotify?
Eu: nada será como antes