quarta-feira, 23 de junho de 2021

Ciclo de vida

 Uma seita, se muito bem-sucedida, torna-se uma religião. Uma religião, por mais bem-sucedida que seja, com o tempo acaba se tornando uma mitologia. A História está aí para demonstrar isso. 

Mitologias servem para explicar o mundo, nossas origens, para onde vamos, é uma maneira de dar respostas a esses mistérios de uma forma que sejamos capazes de assimilar. A diferença entre mitologias e religiões, além do tempo, é que o distanciamento histórico nos permite enxergar as mitologias pelo que elas são, apenas narrativas fantasiosas, enquanto pensamos serem as religiões fatos. 

Certamente as narrativas mitológicas surgem de acontecimentos que, pela tradição oral, vão ganhando contornos cada vez mais míticos, com novos ingredientes épicos e sobrenaturais, que criam um grupo de seguidores fervorosos à memória deles (seita), que podem subsistir ao tempo (religião), até que gerações em um futuro longínquo não acreditem mais na literalidade deles (mitologia).

O que importa realmente disso tudo é o que fazemos com isso: se usamos essa nossa crença (religiosa) ou diálogo (mitológico) para nos tornarmos pessoas melhores.