sábado, 14 de fevereiro de 2015

Seu terno olhar

O Kol Brasilis surgiu do do convite que eu fiz a alguns amigos para executar um arranjo que eu havia acabado de escrever. Gostei tanto do resultado que resolvi escrever outros arranjos. O primeiro deles, Seu terno olhar. Escolhi essa música porque ela fazia parte das minhas reminiscências musicais da adolescência: sempre gostei do charme e da simplicidade da música e achei que um arranjo simples funcionaria bem. E funcionou.

No entanto, com o tempo, comecei a escrever arranjos bem mais sofisticados harmonicamente. Por esse motivo, sempre que ensaiávamos essa música, o Marcelo Carrara reclamava que o arranjo era “muito simples” para o padrão do grupo. Ele acabou me convencendo disso e resolvi escrever uma segunda versão do arranjo, mais sofisticada harmonicamente. A música é tão bonita que a versão ficou deliciosa de se ouvir e nem é tão complexa para se cantar, com exceção da linha do mezzo em alguns trechos.

Quando o Junior disse que uma coreografia de um balé moderno iria muito bem no vídeo, gostei demais da ideia, uma vez que ele disse que a coreografia seria em câmera lenta. Mas eu não imaginava que ele teria a ideia de propor um vídeo coreografado ao contrário. Foi o que a  Elaine fez e o resultado me pareceu belíssimo, muito leve e poético. Gostei demais. Espero que você goste também.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

O tic-tac do relógio

(da série “Contos da Dona Ilza”)

O homem vai à feira e compra tudo o que precisa. Tudo o que precisava era a lista que sua mulher lhe havia passado, inclusive farinha de mandioca. Ao chegar em uma barraca, ele ficou admirado por ver uma porção de coisas que não conhecia, nunca tinha visto, inclusive um despertador. Ele perguntou para o feirante:
- Pra que serve isso?
- Isso aqui serve para marcar a hora...
- Tem mais alguma serventia?
- Tem! O senhor pode por ele para despertar e ele, no horário certo, acorda o senhor.
- Ah, vou levar esse bichinho aqui que ele é muito bom!
O que ele fez? Comprou o despertador e o colocou dentro do saco da farinha de mandioca e jogou o saco nas costas. Enquanto voltava para casa, ele escutava o relógio a fazer tic-tac, tic-tac, tic-tac...
- Mas olha, ele gosta de cantar mesmo!
Quando chegou em casa, o relógio continuava no seu tic-tac, tic-tac... Quando ele tira o saco das costas, percebe que ele está bastante leve. Mas esse saco está ficando leve? Quando ele olha para dentro do saco, diz:
- Mulher, eu comprei um negócio que eu nunca vi, e o homem disse que chama relógio, serve pra acordar a gente, serve pra marcar a hora, mas o danado do relógio não comeu a farinha todinha?