quinta-feira, 4 de abril de 2019

Unasul, Prosul e a estupidez

Há pouco, ouvindo a Rádio USP, a locutora lia as notícias e noticiou sobre Unasul. Disse que integrantes estavam reunidos – não me lembro dos detalhes – e disseram que a Unasul é uma organização “sem ideologia”. Eu disse para a Flávia: “não entendo o que se passa na cabeça desses caras; alguém que diz ser uma organização sem ideologia ou é estúpido ou é desonesto intelectualmente”.

Na sequência, a locutora passou a entrevistar um especialista da USP que explicou, dentre outras questões, que a Unasul nasce do esvaziamento da Venezuela e da mudança ideológica em boa parte dos governos ao sul do continente e que não cabe dizer que seja sem ideologia: trata-se apenas de “outra” ideologia.

Essas negações do óbvio são tão estúpidas que me incomodam. É o caso da suposta escola “sem partido”. Como assim? Uma pessoa que diz isso, se é educadora, assina seu atestado de incompetência. E tantas outras negações do óbvio que se tornaram correntes nesses dias de obscurantismo intelectual.

Anos atrás, conversando com uma amiga colombiana sobre minhas viagens ao Peru, minhas visitas aos sítios arqueológicos, museus, Machu Picchu e toda minha interação com o riquíssimo legado cultural do Peru, ela me perguntou: “Obadias, quando é que os peruanos se tornaram tão estúpidos?” Eu ri, apesar de considerar a pergunta ofensiva. Mas agora eu me faço a pergunta, sem achar graça e sem considerar ofensivo: “Quando é que nós, brasileiros, nos tornamos tão estúpidos?”

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