quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O leão, as hienas, a Venezuela e o vitimismo

Ontem, pela primeira vez, parei para ouvir uma “live” do presidente. Lembrei-me do que eu dizia aos meus amigos antipetistas raivosos e entusiastas do bolsonarismo: “se existe uma chance do Brasil se tornar uma Venezuela, será com Bolsonaro que guarda muitas semelhanças com Hugo Chávez”.

O autoritarismo, a truculência bolsonarista é algo que não precisamos mais questionar. Apenas isso já poderia mostrar que o Brasil politicamente está muito mais para Venezuela quanto já esteve. Mas vendo a fala do presidente, lembrei-me das vezes que visitei aquele país na era Hugo Chávez e via, com tristeza, a derrocada política lá instaurada nas falas virulentas de Hugo Chávez contra os meios de comunicação e todos os que discordassem dele como se fossem hienas (se me permitem o paralelo) querendo destruir o país. Não posso deixar de dizer que é possível também estabelecer um paralelo entre a grande mídia venezuelana e as organizações Globo, no pior aspecto possível, ainda que nesse caso eu veja que a Globo reproduziu um furo de reportagem em algo de interesse público, algo que é da natureza do jornalismo.

Por fim, não deixa de ser irônico e patético o presidente que mais produz inimigos por meio de seu comportamento inadequado, incompatível com o que se espera de um presidente, se vitimize. Ele não é vítima, muito pelo contrário.

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